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domingo, 15 de novembro de 2009

Apagaram se as luzes, acenderam se as velas!


Ruas escuras, semáforos desligados, buzinas, batidas, metrô e trens parados, ônibus lotados, pessoas em desespero tentavam se comunicar com familiares pelos telefones celulares, nem sempre com sucesso, devido à sobrecarga da rede pelo excesso de ligações. Esse cenário que presenciei em São Paulo poderia facilmente se repetir nos outros 17 estados do Brasil, prejudicados pelo apagão que ocorreu a partir das 22:10 da terça feira 10 de novembro de 2009.

Até o momento a causa desse tormento ainda não foi esclarecida. O governo acredita que a falha poderia ter sido causada por um raio. Especialistas defendem que as três possibilidades de causa foram: defeito físico na rede de transmissão, sobrecarga do sistema e falha humana na gestão do sistema de energia.

A oposição aproveita a oportunidade para comparar esse apagão ao ocorrido em 2001. Mas o que aconteceu naquele ano foi falta de energia nas regiões sudeste e centro oeste, enquanto a região sul tinha energia sobrando, mas a capacidade de transmissão não suportava o fluxo excedente. Dessa vez o problema não foi falta de energia. Mas o sistema é integrado, algo que além de ser econômico tem o ponto negativo de espalhar a falha rapidamente pelo país.

Quem estava na rua correndo perigo nessa situação pouca se importa se o motivo é natural ou estrutural. Pessoas morreram em tentativas de assalto. Muita gente dormiu em terminais de trem com medo da violência nas ruas. Assaltantes promoveram arrastões na região central de São Paulo, perto da estação Anhangabaú do metrô.

Durante o apagão, que em algumas regiões durou até as 04h00 da manhã do dia seguinte, as pessoas buscavam notícias pelo ocorrido no rádio e pela internet, por meio de celulares e notebooks até que as baterias se esgotassem. Quem defendia que um meio de comunicação substituiria outro não contava com a precisão do rádio em momentos como esse. O twitter ferramenta de microblogs da internet, serviu de comunicação principalmente para quem estava no trânsito com celular na mão postando informações que enfrentavam nas ruas.

Os radares funcionaram normalmente, e os cidadãos que correram nos carros com medo de assaltos, vão ter que recorrer e se justificar para a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Outros depois da falta de energia tiveram que enfrentar os congestionamentos , com as panes nos semáforos e o retorno do rodízio. Em algumas regiões, além da falta de luz, o apagão também causou falta de água, provocada pela paralisação do funcionamento de estações de bombeamento.

As velas que sobraram do dia de finados foram muito úteis para combater a escuridão nos lares , e as que sobraram serão úteis nas nossas orações para que outro apagão desses não nos aconteça tão logo! Pois ainda há muita coisa para se consertar depois desse transtorno...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ônibus queimados em protestos prejudicam a própria população

No dia 26 de agosto no bairro do Jaçanã, na zona norte de São Paulo, foram queimados três ônibus, como manifestação da comunidade local pela morte de um jovem de 20 anos. A Polícia Militar diz que ele era traficante, e que houve troca de tiros. A mãe do rapaz diz que ele não estava armado, e estava fugindo quando foi alvejado pelos disparos.
Menos de uma semana depois, no dia 31 de agosto na favela de Heliópolis, na zona sul de São Paulo, pessoas incendiaram sete veículos, entre eles três ônibus, dois micro-ônibus e dois carros, como protesto pela morte de uma adolescente de 17 anos. A garota foi atingida com uma bala perdida durante a perseguição de guardas-civis de São Caetano a suspeitos em um carro roubado.
Não sou contra a população manifestar seu descontentamento diante das atitudes, muitas vezes despreparadas e precipitadas da polícia. Entretanto, desaprovo a forma como são feitos esses protestos. Incendiar ônibus é um ato que prejudica a própria comunidade, que vai utilizar o transporte cada vez mais lotado, diminui o número de lugares para sentar. Carros a menos nas linhas atrasam as viagens. Motoristas e cobradores perdem seus empregos. Bombeiros se deslocam de outras ocorrências para apagar o fogo. Esses incêndios fecham ruas, fazem com que os trabalhadores se atrasem para o trabalho, estudantes se atrasem para as escolas. Pessoas demoram mais tempo para chegar em suas casas. Aumenta o cansaço das pessoas com a viagem, cresce o medo de serem feridas durante a confusão. Outros preferem dormir na casa de amigos e voltar depois que tudo se acalmar. Enfim, altera a rotina de todos.
As pessoas devem encontrar formas mais assertivas de expor suas revoltas e necessidades para as autoridades. Devem se reunir, elaborar abaixo-assinados. Colocar no papel as ações que desejam e não aprovam em suas comunidades. Levar tudo documentado para a Câmara e Prefeitura Municipais. Devem tentar chamar a atenção de forma organizada, participativa, sem ameaçar o bem estar e a segurança de todos, sem responder a violência recebida da polícia com mais violência que só prejudica os moradores dessas regiões.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Estreia hoje “Coração Vagabundo”, documentário sobre Caetano Veloso, do diretor Fernando Grostein Andrade

Fernando Grostein Andrade esteve num bate papo com a plateia após a exibição de seu documentário no Cine Bombril em 21 de julho de 2009. Atualmente com 28 anos, ele começou o documentário com 23. Nada foi planejado. Tudo começou quando ele enviou “De Morango”, curta metragem, produzido por ele em 2003, para mais de 30 produtores, entre eles, Paula Lavigne. Ela respondeu e o convidou para dirigir o clipe de “Você não me ensinou a te esquecer”, do filme “Lisbela e o Prisioneiro”, depois o DVD “Foreign Sound” da turnê de Caetano Veloso cantando em inglês, cujo making off originou o documentário que exibe a rotina de Caetano durante os shows no Estados Unidos e Japão.

Segundo o jovem diretor, duas situações motivaram o documentário:
“Em São Paulo escutamos a expressão ‘baianada’ para designar uma coisa errada ou cafona. Essa expressão me incomoda, ver algo inédito como a homenagem a Caetano no Carneggie Hall, que exibiu o show dele durante uma semana. Isso é sofisticado, é baianada!”, desabafa Fernando que tenta mostrar que o trabalho do cantor baiano chegou na Ásia e Europa, além da América.

Sobre a contradição que Fernando sentiu no depoimento de Caetano, após a entrevista no programa de Charlie Rose, quando o cantor não se sentiu à vontade porque cresceu em Santo Amaro até os 18 anos e não era de São Paulo, mesmo sendo brasileiro famoso que canta em inglês em uma turnê internacional.

Fernando comentou que, ao mesmo tempo, que a equipe reduzida proporcionou mais intimidade, pois havia no máximo duas câmeras. Os poucos recursos de estrutura fizeram com que ele tivesse dores nas costas e emagrecesse nove quilos na turnê no Japão, porque filmava de costas e nos vôos, muitas vezes sem Caetano perceber.

O documentário passou por 80 cortes até a versão final. Fernando disse que quis fazer “edição democrática”, teve ajuda de Guilherme Wisnik e Giuliano Cedroni para a difícil missão de transformar 57 horas de material bruto em 60 minutos de filme.

Quando questionado sobre a reação de Caetano, que esteve na pré estreia. Fernando disse que as palavras do cantor na mídia foram boas, que ele disse ter curtido, apesar de não gostar de se ver em vídeo. “Não que alguém vá fazer um documentário sobre mim, mas se fizessem eu não estaria presente na estreia como Caetano esteve”, cometa o diretor bem humorado.

Fernando revela que o encontro com Pedro Almodóvar, além de mostrar a força de Caetano na Europa, foi orgulho para ele como estudante de cinema. Almodovar revelou que Paula Lavigne, “barroca e exagerada”, serve de inspiração para criar suas personagens. Ele também explica porque colocou Caetano cantando Cucurrucucu Paloma no filme “Hable con ela”.

Paula Lavigne não queria que fosse exibido o trecho em que o diretor espanhol a elogia, com medo que as pessoas interpretassem que ela queria se promover. Porém, ela e Caetano respeitaram o ponto de vista de Fernando, que manteve o comentário.

Outro diretor de cinema que é mostrado no documentário é o italiano Michelangelo Antonioni. A idéia de mostrá-lo surgiu quando Caetano comentou sobre o filme: “O passageiro”, Fernando entrou em contato com a esposa dele, Enrica, durante 6 meses para convencê-la a deixar que Antonioni que teve derrame e não falava participasse do filme. Ele faleceu em 2007.

Sobre influências, Fernando conta que diretor alemão Wim Wenders influenciou as cenas gravadas nos trens no Japão, Brasil e Estados Unidos, o ambiente do trem onde as pessoas viajam cansadas era em comum entre os países. E a câmera balançando foi motivada pelo documentário “Os Rolling Stones – Gimme Shelter”.

Os projetos futuros de Fernando Grostein são: um longa de ficção sobre a coexistência de árabes e judeus, um DVD de Fafá de Belém cantando Chico Buarque, o roteiro de um filme de ação e outro documentário, que segundo ele “ainda é cedo para falar”.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Resenha do livro: A mulher do próximo – Uma crônica da permissividade americana antes da era da AIDS - Gay Talese, Companhia da Letras, 1980, 483 pág.

O livro retrata a mudança de comportamento da sociedade nos EUA, nas décadas de 60 e 70, em relação ao sexo, moral e censura. Publicado em 1980, nos EUA pelo jornalista norte americano Gay Talese, escritor de destaque do movimento conhecido como “Novo Jornalismo”, que acrescenta técnicas literárias dando mais detalhes e profundidade ao jornalismo. Talese trabalhou 12 anos no jornal “The New York Times”. Detalhista, ele ainda utiliza máquina de escrever e fichas de anotações. Declarou que não confia na internet e é avesso ao gravador. Foi um dos destaques da FLIP- Feira Literária de Paraty, realizada de 1 a 5 de julho de 2009.

A época retratada pelo livro foi o período do pós guerra, quando os homens voltaram para seus empregos anteriores, depois de terem sido substituídos pelas mulheres, que saíram do lar para o mercado de trabalho. Pela primeira vez na história, elas se equipararam aos homens em valores salariais. Outros fatores que contribuíram para o aumento da liberdade sexual foram as descobertas da penicilina e da pílula anticoncepcional.

O livro mistura diversos personagens reais, entre anônimos e famosos, mas o autor não esconde que seus preferidos são os desconhecidos. Ele conta histórias de pessoas comuns convivendo com a sexualidade aberta, o ambiente, os freqüentares, curiosos e/ ou adeptos de nudismo e troca de casais como os casais Bullaro e os Williamson, em locais como Sandstone e Oneida. A biografia da revista Playboy de Hugh Hefner. A luta de grupos religiosos puritanos e editores liberais nos julgamentos e leis sobre pornografia de livros, filmes e revistas. O livro termina com o autor

Em três anos de pesquisa, Talese não havia escrito uma linha sequer. O livro demorou nove anos para ser concluído. O autor foi aos julgamentos, procurou autores liberais, censores retrógrados e representantes puritanos. Fez muitas viagens, entrevistas que foram gravadas e transcritas, algumas repetidas mais de cinqüenta vezes.

Talese teve tempo para obter a confiança e autorização dos personagens para usar suas estórias, seus verdadeiros nomes, e até mesmo ter acesso aos diários, como o de John Bullaro, e os que ele solicitou que as atendentes das casas de massagem escrevessem para que ele delimitasse os tipos de clientes, já que o próprio Talese trabalhou voluntariamente como gerente nesses locais. Algo que ele revela no final do livro, se apresentando como um dos personagens, que tanto se aproximou dos seus objetos de pesquisa. Ele detalha as dificuldades, as muitas críticas recebidas e até a crise em seu casamento com a agente literária Nan Talese.

É uma obra imprescindível não apenas sobre a liberdade sexual, mas também sobre as pessoas e os fatos que propiciaram a redefinição de moral na sociedade americana.

O livro também é uma aula de jornalismo sobre pesquisa, apuração e participação ativa de Gay Talese, que aos 77 anos, pretende escrever o próximo livro sobre os 50 anos de seu casamento a partir das cartas indignadas escritas por sua esposa.

sábado, 11 de julho de 2009

4º Jornalirismo Debate: Jornalismo Cultural

Os jornalistas: Eliane Brum, Pedro Bial, Daniel Piza, Sérgio Vilas Boas e o poeta Allan da Rosa foram os debatedores do "4º Jornalirismo Debate: Jornalismo Cultural", promovido pelo Senac em 26 de maio de 2009, das 19:00 às 22:30, no Senac lapa na Rua Scipião. A entrada era um quilo de alimento não perecível.
Sobre a prática do jornalismo, Eliana Brum declarou:"Duvide das próprias certezas. Ir à rua fazer reportagem é um ato de resistência. Por telefone e email só há pobres palavras. Não podemos ver os olhos, o rosto, a expressão. Tudo é informação! Gesto e silêncio são tão importantes quanto as palavras! Por meio deles, as pessoas continuam dizendo e nos fornecendo informações".
Pedro Bial sugeriu a leitura de livros de jornalismo literário, estilo que mescla no jornalismo técnicas da literatura, trazendo mais profundidade e detalhes ao texto.
Segue a lista:
-A sangue frio, de Truman Capote
-Os sertões, de Euclides da Cunha
-Estação Carandiru, de Dráuzio Varella
-Os Irmãos Karamabloch, de Arnaldo Bloch
-O jornalista e o Assassino, de Janet Malcolm
- As aventura de Tintin, de Hergé
- As revistas: Piauí, New Yorker e Carioca
-O jornalismo em quadrinhos de Joe Sacco
- O trabalho dos jornalistas: Gay Talese, Robert Fisk e Hunter S. Thompson

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Jornalismo não importa a faculdade, cada um se faz repórter



Marcos Zibordi jornalista da imprensa alternativa dá palestra aos alunos do curso de jornalismo do Centro Universitário Sant’ Anna

O repórter da revista Caros Amigos Marcos Zibordi deu uma palestra descontraída sobre sua experiência de 10 anos como repórter para os alunos do curso de jornalismo no Centro Universitário Sant’ Anna, em 28 de abril de 2009. Marcos falou do processo de produção da reportagem publicada em janeiro de 2008 “São Paulo, 454 anos meus pêsames” desde o surgimento da idéia, quando o jornalista viu uma notícia na televisão sobre o uso de chips para rastrear veículos “nem todo mundo acha isso absurdo, outros podem concordar, não pretendo dizer a “verdade”.
Zibordi usou exemplos para falar das diferenças entre reportagem e jornal diário: “O jornalismo diário se impõe, é uma cadeia de repetição. Reportagem leva a fundo uma parte. O que é verdade? Realidade? Recorte parcial, cada um acha o seu, investigar te leva a descobrir coisas. A reportagem parte de você, é leitura contextual, obrigação de amplitude de visão maior”.
Fica evidente na fala de Zibordi sua consideração pela diferença que cada um faz na própria vida: “Jornalismo não importa a faculdade, cada um se faz repórter. Dou aula na Universidade Bandeirante (Uniban), algumas pessoas criticam, mas eu procuro dar a melhor aula”.
Zibordi fala das responsabilidades e atribuições da profissão. “Sou repórter há 10 anos. É preciso maturidade para lidar com um grande número de informação. A experiência possibilita edição das melhores estórias, fórmulas de dizer mais escrevendo menos, jornalismo é texto de precisão. Escrever fica cada vez mais difícil, você desenvolve olhar crítico, enxerga melhor o texto. Hoje vejo meu trabalho antigo e acho ridículo. É aprendizado contínuo, reescrever milhões de vezes, escrita é a busca pela possibilidade de fazer melhor.”
Sobre a experiência de entrevistar, Zibordi aconselha: “entrevista é diálogo pessoa com pessoa, não se chega perguntando, tem que conquistar, não pode se afobar, eles já deram milhares de entrevistas, 95% foi ruim, conversa tem que fluir deixa o entrevistado falar”.
A palestra foi aberta para que os alunos fizessem perguntas ao jornalista. “Quais foram as fontes da reportagem panorama das cotas em universidades?”, questiona Marcela Silva, aluna do terceiro semestre.
“Telefonei para o Ministério da Educação (MEC) e eles não sabem quantas faculdades tem cota no Brasil. Jornalismo é trabalho braçal. Telefonei para 40 instituições de ensino para ver quem poderia responder as perguntas. A matéria foi difícil de fazer pela diferença entre medições das instituições de ensino”, respondeu Marco Zibordi.
“Os jornalistas vão perder espaço para os blogs?”, questiona Priscila Gomes, outra aluna do terceiro semestre.
O repórter responde: “Grandes matérias do jornalismo existem pela curiosidade. O jornalismo não vai acabar. A necessidade de informação na internet mostra que conhecimento é moeda de troca, as pessoas lêem mais e escrevem mais jornalismo sobreviveu e se adaptou a todas as novas tecnologias”.
A palestra encerra com um clima de esperança para os alunos que desejam atuar como jornalistas num futuro próximo.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Estudantes brasileiras e cursos de idiomas no exterior

As experiências, dificuldades e aventuras de quem buscou melhorar os conhecimentos de idiomas em outros países

O que leva alguém a deixar o Brasil para fazer um curso de idiomas em outro país?
Larissa Brack, formada em Secretariado Executivo pela Faculdade Sumaré, que já fazia um curso de inglês em São Paulo, decidiu cursar inglês durante um mês em San Francisco na Califórnia-EUA, e aproveitou para ficar mais vinte dias de férias. “Um mês de curso lá foi como se tivesse estudado um ano aqui. Quando retornei ao Brasil arrumei um emprego melhor como secretária bilíngue. A experiência contou muito, valorizou meu currículo”, afirma Larissa.
Sobre as expectativas antes de viajar, ela diz que estava muito animada, e que durante o curso percebeu o quanto era difícil estar em outro país, com outra língua.
A distância para Larissa foi a maior dificulldade. “Quando cheguei lá senti uma tristeza enorme, tive a sensação de ter feito besteira indo sozinha. Depois o susto passou, e as duas primeiras semanas foram cheias de novidades. Já nas últimas, a saudade apertava mais ainda” completa Larissa, que todos os finais de semana viajou pelas redondezas com os colegas de curso que se tornaram amigos.
Taísa Richter, estudante do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Anhembi Morumbi, aproveitou o convênio oferecido pela Universidade e passou um semestre do curso numa cidade em Madri, na Espanha, pagando o mesmo valor da mensalidade que pagava no Brasil. Porém tinha o custo de vida que seus pais ajudaram a pagar.
Antes de viajar suas expectativas e ansiedade eram enormes. “Quando cheguei lá vi que as coisas seriam melhores do que eu imaginei”, comenta Taísa.
Para ela foi estranho estar longe de casa, num país diferente, mas as dificuldades e diferenças a ensinaram a se virar sozinha.
Enquanto esteve por lá fez um trecho do caminho de Santiago de Compostela, no qual conheceu muitas pessoas de países diferentes, e sentiu na pele como é não ter inglês fluente em viagens. Também viajou para o sul da Espanha, pela Europa, de trem, com o seu irmão. “Conhecer lugares e pessoas diferentes é a melhor parte do intercâmbio, porque você aprende a viver e lidar com culturas diferentes, isso te agrega muita coisa”, completa Taísa.
Entre as dificuldades, teve que assinar um contrato de locação de imóvel com termos jurídicos e vocabulário técnico. E também teve a casa roubada.
Taísa considera importante que as pessoas interessadas em intercâmbio se preparem antes, saibam se virar bem com a língua local, não tenham medo do que virá pela frente e passem no mínimo seis meses no lugar.
“Me formo no segundo semestre de 2009. A experiência melhorou meu nível de espanhol. Já repeti muitas vezes para mim e para meus pais que preferia não ter voltado. Se pudesse trabalhar fora e fazer minha vida lá, iria sem pensar duas vezes pra qualquer lugar”, afirma.
“Quanto ao depois, é bem ruim voltar de intercâmbio, mas se você faz uma entrevista eles levam em consideração esse tipo de experiência, mesmo porque treinar uma língua no país de origem não tem comparação é bem mais intenso que fazer aulas em uma escola de línguas”, conclui Taísa.
Bárbara Casadei, formada em Secretariado Executivo pela Faculdade Sumaré, também passou um tempo juntando dinheiro e, após o final da faculdade em 2006, embarcou para New Jersey pelo programa Au Pair com a agência Experimento. Ficou lá pelo programa por um ano e depois permaneceu alguns meses por conta própria. “Não foi fácil, mas foi possível”, diz Bárbara.
Ela conseguiu lidar com a distância, mas também sentiu uma grande carência e sensação de falta de chão.
“Geralmente a realidade é muito diferente da que esperamos, a experiência é muito mais intensa do que podemos imaginar. O depois é bem doloroso, o choque cultural de volta a nossa realidade é muito forte”.
Além do choque do retorno, outra dificuldade foi a experiência de cuidar de crianças, ela acredita que algumas são difíceis, mas no geral ela se dá bem porque gosta delas. Cuidou de várias, a primeira família com três filhos de cinco e três anos e um bebê de sete meses. A segunda com duas meninas, uma de 11 e outra de três anos e a terceira família com uma de seis e outra de um ano e meio.
Ela viajou bastante, conheceu muitos lugares e amigos. Viveu intensamente.
Enfrentou dificuldades, trocou de família porque a primeira era difícil de lidar.
“Creio que é importante observar se suas expectativas estão de acordo com o seu nível de conhecimento, pois só inglês não quer dizer muito. Ser formado e ter outros cursos ajuda” finaliza Bárbara.
Existem várias agências habilitadas para intercâmbio, uma delas, a Experimento está no mercado há 44 anos, é a mais antiga do Brasil.
Cláudia Costa, Consultora de Intercâmbio da agência Experimento, já embarcou com um grupo e assistiu a orientação nos Estados Unidos. “Au Pair é a melhor opção de intercâmbio porque proporciona trabalho, estudo, moradia e alimentação inclusos, possibilita que a estudante possa até juntar algum dinheiro, já que a remuneração é semanal, mas depende do esforço da pessoa” declara.
“Intercâmbio, sem dúvida será uma das melhores experiências de sua vida!”, afirma Renata Franco, consultora de vendas da agência BIL Intercâmbios, que está no mercado desde 1985, com mais de 20 anos de experiência no ramo.
A seguir, entrevista com Priscila Feitosa que fez o Programa Au Pair pela Bil Intercâmbios.
Quais as suas expectativas antes, durante e depois dessa experiência?
Priscila - Tomei a decisão de ir para os EUA em um momento que estava estafada com a minha vida no Brasil, decepcionada em vários aspectos, principalmente profissional. Então, estava ansiosa para começar uma nova vida, longe de todos.
Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, aconteceram muitas coisas boas que fizeram toda a experiência de morar fora valer a pena. Era muito bom sentir que cada dia você podia conhecer, aprender algo novo, tanto na língua, como lugares, pessoas, fora que a qualidade de vida por lá é excelente. Voltei para o Brasil como um teste, para verificar onde eu quero morar, aqui ou lá. A expectativa com esse retorno, a curto prazo, é de recolocação no mercado de trabalho.
O que você teve que fazer para pagar pelo programa?Seus pais ajudaram?
Priscila - O programa não e tão caro, aliás é a forma mais barata de se fazer um intercâmbio. Tive ajuda da minha família na etapa final, me deram dinheiro para eu levar como segurança. Mas, o restante do programa paguei com o meu salário da época.
Quanto tempo e em qual país você esteve?
Priscila - Eu morei dois anos nos EUA, mas como Au pair fiquei um ano e três meses, após esse período, resolvi sair do programa, trocar meu visto e ficar por lá de uma forma mais independente.
Como você lidou com a distância?
Priscila - Tive momentos difíceis, eu me via sozinha em um país diferente, onde ainda tinha a barreira da língua e a cultural. Porém, a internet esta aí encurtando distâncias, eu mantinha contato quase que diário com minha família por e-mail, MSN e Skype, que também foi de grande valia. Fora que ligações internacionais, usando cartão telefônico são muito baratas nos EUA.
Como foi lidar com as crianças? Quantas crianças você cuidou? De quais idades?
Priscila - Eu passei por duas famílias. A primeira eu cuidei de quatro crianças de idades completamente diferentes: dois garotos de dez e oito anos, uma menina de seis anos e o mais novo de dois anos. Na segunda família eu só cuidei de um bebê, comecei quando ela tinha três meses e saí da família quando ela tinha dez meses. Apesar de gostar de crianças e estar psicologicamente preparada para o programa e as mudanças que isso traria, o fato de eu nunca ter tido uma vivência "profissional" com crianças aqui no Brasil fizeram que eu tivesse um grande impacto no começo, já que eu sai do Brasil, de um trabalho em ambiente corporativo e me vi em um ambiente totalmente doméstico. Porém as crianças eram fáceis de lidar, e a família estava preparada para receber uma Au Pair, isso facilitou muito no processo de adaptação.
Você chegou a trocar de família?
Priscila - Sim. Uma vez. Fiquei sete meses na primeira família, no estado de Virginia, porém, quatro crianças era muito trabalho, percebi que não estava me dedicando aos meus estudos da maneira que eu queria. Então resolvi mudar. Claro que toda mudança não e fácil. Tive conflitos com a família quando tomei essa decisão. Porém, no final foi a melhor escolha que eu fiz. A segunda família que eu fiquei morava em Nova York, e a ida para lá me abriu um novo mundo cheio de possibilidades. A cidade é pulsante.
Você viajou? Conheceu outros lugares?
Priscila - Sim, sempre que podia fazia viagens curtas de carro, trem, ônibus ou avião. Conheci várias cidades da costa Oeste (Washington DC, Philadelphia, Miami, Baltimore, New Jersey, New York, Boston, Connecticut, Chicago entre outras...). Fiz vários contatos por lá, conheci muita gente, fiz amizade com pessoas do mundo inteiro, principalmente depois que mudei para New York, que é uma cidade multicultural. Foi uma experiência muito válida a melhor da minha vida até o momento.
Qual a maior dificuldade para uma Au pair que você enfrentou?
Priscila - Acredito que seja a o impacto inicial. Toda a mudança de estilo de vida, cultural, barreira linguística. Mas com o tempo você vai se inserindo nesse novo estilo de vida. O momento mais difícil foi quando eu decidi mudar de família, e a reação desta não foi a esperada. Então saí da casa em um clima péssimo e tive que me virar enquanto a agencia não me indicava outras famílias para eu escolher. Porém, tinha alguns bons amigos por perto e tive lugar para ficar, comida e gente para conversar. Eu poderia ficar com uma responsável da agência de intercâmbio, pagando hospedagem, porém eu não quis.
O que você aconselharia para alguém que deseja ser Au pair?
Priscila - Não ter pressa na escolha da família, conversar muito com eles por e-mail, telefone, enquanto ainda esta no Brasil e registrar todas as conversas.
Saber todas as regras do programa antes de ir e de todos os números de emergência quando estiver por lá.
Já ir com uma base boa de inglês, isso facilitará na adaptação.
Ir consciente que será uma fase de mudanças e que você tem que estar aberto para isso, só assim conseguirá aprender e trocar experiências.
A experiência melhorou seu nível de inglês? Quais as suas expectativas profissionais com seu retorno ao Brasil?
Priscila - Sou formada em Comunicação Social - Relações Públicas pela Uni Sant' Anna. Definitivamente essa experiência alavancou meu inglês. Saí do Brasil com esse objetivo, estudei o máximo que pude enquanto estive lá. Hoje estou concorrendo a várias vagas que exigem que se tenha o inglês.
Conseguir uma oportunidade na área de Comunicação, onde eu possa me aperfeiçoar profissionalmente e construir uma carreira.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

terça-feira, 7 de abril de 2009

A jornalista Roseli Loturco mostra o trabalho da ONG Papel Jornal


Desabafo, algo que precisa ser superado para ser dito, foi o nome escolhido pelos jovens estudantes do ensino médio das escolas públicas do Jardim Ãngela que participam da oficina da ONG (Organização Não Governamental) Papel Jornal. Essas e outras informações foram ditas pela jornalista Roseli Loturco, uma das educadoras, em entrevista coletiva em 31 de março de 2009 no Centro Universitário Sant' Anna.

A oficina funciona com aulas de escrita, diagramação e fotografia. Roseli comentou que desde o primeiro exercício, os alunos demonstraram dificuldade de organizar no papel as idéias que eram claras nos pensamentos deles. Ela dá textos como base para reflexão e interpretação para que eles consigam passar para o papel toda a criatividade que surge nas conversas, sem podá-los, procura fazer discussões democráticas, intervir sem invadir, dar oportunidade de escolha, de formação, dar vazão para processo criativo e ver até onde eles podem chegar, deixar que eles tenham um estilo próprio. Os próprios alunos escolheram temas bem amplos como aquecimento global, cultura, educação e crise econômica procurando mostrar esses temas partir da visão micro da periferia.

Com uma equipe formada por quinze pessoas, dentre eles educadores e coordenadores, a ONG surgiu em 1999, depois que Marlene Bergamo fez a cobertura de uma enchente no Jardim Angela para o jornal Folha de São Paulo, e foi abordada por um jovem que questionou por que a imprensa só mostrava as tragédias da periferia. Marlene perguntou ao jovem o que ela poderia fazer para melhorar essa situação. Ele pediu que ela lhe ensinasse a tirar fotografias. A fotógrafa compartilhou essa experiência com colegas do jornal que começaram o projeto de forma desorganizada, pagando com os próprios recursos.

Depois do primeiro ano de funcionamento, eles passaram a buscar patrocínios e definir a organização atual, salas, equipamentos, ajuda de custo de locomoção para os voluntários que é mantida por patrocínios da Lei Rouanet e um projeto financiado pela Bolsa de Valores Sociais da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). O projeto anterior teve patrocínio da Petrobrás.

Roseli leciona para os veteranos e Karina para a turma nova. Os veteranos tem duas horas de aula por dia, três vezes por semana e a turma nova também têm duas horas de aulas diárias, porém com um dia a mais de aula por semana. O pré requisito é que os alunos tenham no mínimo 15 anos de idade. Alguns alunos começaram a trabalhar e não puderam mais frequentar a ofcina. Por essa razão Roseli deseja que no futuro a ONG possa funcionar aos finais de semana provovendo filmes e palestras para que esses alunos possam voltar para a oficina.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Entrevista com Júlio Abrileri, o baixista da banda paulista Classical Queen


Entrevista com Júlio Abrileri, o baixista da banda paulista Classical Queen, uma das duas bandas brasileiras covers da banda inglesa Queen, que são reconhecidas pelo site do QueenWorld, o site do fã clube oficial internacional do Queen.
Os outros integrantes da banda são: Israel Borges no vocal e piano, Fernando Gamba na guitarra, Alan Nerys na baterista e Jota Britto tecladista de apoio.


Aline -Como começou a banda Classical Queen?
Júlio - O Saulo e Israel tinham outra banda cover de Queen, que se chamava Queen Visions, eles colocaram um anúncio na internet procurando baixista, guitarrista e tecladista para renovar a banda. Assim eu entrei como baixista e o Fernando como guitarrista e depois o Jota Brito como tecladista de apoio.
Aline -Qual é o grau de dificuldade para uma banda cover obter reconhecimento?
Júlio - Eu acredito que é muito difícil para as bandas covers porque existem mais coisas destinadas às bandas que tem composições próprias, fora que muitos locais estão mais preocupados com a venda de bebidas do que com o show em si, instalações acústicas, mas em todo tipo de local comparecem fãs da banda Queen de várias idades: jovens e adultos, gente que viu shows do Queen e pessoas que conheceram a banda porque os pais ouviam em casa...
Aline -Qual foi a ocasião que tornou a banda mais conhecida?Júlio - Com certeza foi a nossa participação no Programa Covernation da MTV em 2005, a gente concorreu com uma banda cover de U2 e vencemos. Em 2007 nós participamos do programa Na Rua, exibido pela TVJB.Também aconteceram participações do nosso vocalista, o Israel, como imitador do Freddy Mercury, líder do Queen, nos quadros Imitador no Faustão e no SBT, as duas aconteceram em 2008, ano passado.

Aline -O que vocês fazem para divulgar a banda?
Júlio - Eu criei o site oficial, que é atualizado pelo Fernando. Nós usamos muitas ferramentas na internet: MSN, Orkut, vídeos de apresentações, shows da banda gravados por amigos e fãs, que colocam no you tube. Sempre sai algo nos sites como: Wiplash e Queen Net, o fã clube brasileiro do Queen. Quando temos um show marcado sempre enviamos o folder com data, horário, local do show para os e-mails dos amigos e pedimos para eles reenviarem, divulgamos no Orkut na comunidade da banda.

Aline -Os locais que contratam o show também divulgam a banda?
Júlio - Sim, dependendo do local onde é o show tem divulgação por outras mídias feita pelos locais onde vamos tocar. Quando vamos tocar no Morrison Rock Bar, eles anunciam na rádio Kiss FM. Quando tocamos em Campo Grande divulgaram no Campo Grande News e numa rádio local.

Aline -Em quais lugares vocês já fizeram shows?
Júlio - Em casas em São Paulo: Kazebre, Café Aurora, Morrison Rock Bar, The Wall, Sincinato , Ton Ton , Little Darling ,Willi Willie, Café Piu Piu. No ABC: Lolla Palooza
De três em três meses fazemos shows nas cidades do interior de São Paulo como Jaú tocamos no Woodstock Music Pub, Delta Blues em Campinas, Clube do Vinil em Americana, St James em Marília, O Barril em Matão...

Aline -Vocês fazem shows só no estado de São Paulo?
Júlio - Em São Paulo com certeza são mais lugares. Mas também já tocamos em outros estados: Goiânia - GO, nós tocamos no Bolshoi, em Curitiba PR, o show foi no Hangar e em Campo Grande – MS foi no Círculo Militar.


Aline -Como vocês lidam com a dupla jornada: trabalhar e tocar?
Júlio - O Fernando e eu emprego conciliamos banda e emprego. Já o Allan leciona bateria e o Israel leciona muitos instrumentos: bateria, baixo, teclado, guitarra, violão e dá aula de canto. Eu, além do meu emprego e da Classical Queen, também toco em outra banda, a Soulvenir, atualmente estamos compondo e buscando uma gravadora para lançar nosso disco.

Aline -Como vocês lidam com fãs?
Júlio - A relação com os fãs é legal, temos um fã fotógrafo que cedeu fotos profissionais.
Os fãs mesmo em outros estados procuram manter contato pela internet.
Alguns fãs contatam as casas para pedir o nosso show.Teve um caso do aniversário de uma casa em Goiânia, nós fomos escolhidos por votação de fãs clientes da casa.
O fã clube internacional do Queen entrou em contato com a gente, solicitou o material e depois eles colocaram o link da Classical Queen no site deles.
Teve um show em Embu da Kiss FM no dia do rock que uns caras invadiram o palco, mas foi legal.


Aline -Quantos shows vocês têm feito atualmente? Quais são seus planos para o futuro?Júlio - Temos uma média de 3 a 5 shows por mês. Nós ensaiamos de quinze em quinze dias. Em um desses ensaios, no dia 27 de janeiro, eu estava no carro esperando o Fernando em um estacionamento na zona norte e um guindaste derrubou um poste em cima do meu carro, o poste ficou a um palmo da minha cabeça, graças a Deus só tive alguns arranhões, vou até comemorar dois aniversários ano que vem…Futuro… deixa eu pensar…Queremos melhorar sempre a banda, atualizar repertório, figurinos, tocar em mais lugares. Os próximos shows serão: 02 de abril no Morrisson Rock Bar em São Paulo –SP, 18 de abril no Woodstock Pub em Jaú e 24 de abril no Delta Blues em Campinas.

domingo, 15 de março de 2009

Brasil, mostra a tua cara ! - Parte II

Brasil, mostra a tua cara - Parte II

A Era Vargas se aproxima da ditadura militar, ambos como regimes conservadores e autoritários que surgiram para calar a boca das massas questionadoras nesses períodos.
Getúlio Vargas implantou o Integralismo por meio de Plínio Salgado, com a missão de reforçar valores como: autoridade, nação, ser brasileiro.
Vargas proibiu a vinda de judeus para o Brasil, pois era influenciado pelo fascismo de Benito Mussolini na Itália, e o nazismo de Adolf Hitler na Alemanha, que eram estados capitalistas de exceção, porque apoiavam o capitalismo, porém eram contra a democracia, eram regimes autoritários, patrióticos que defendiam que a sociedade era um corpo no qual cada um deveria seguir seu papel.
Os movimentos de esquerda: anarquismo, socialismo, comunismo eram desprezados e combatidos pela força e pela ideologia. Esses movimentos de insatisfação foram reprimidos pelo autoritarismo presente no integralismo, nazismo e fascismo. Com um governo forte se eliminam os conflitos sociais, com cada um fazendo sua parte.
A ditadura e a era Vargas eram contra os movimentos de esquerda, anti-comunistas, enquanto no mundo crescem os movimentos comunistas com a formação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, essas ideias chegam ao Brasil na Intentona Comunista em 1935, Getúlio sairia do poder em 1937, haveria eleição em 1938 e Getúlio não poderia concorrer à reeleição. Getúlio Vargas se aproveita da Intentona Comunista para inventar que os comunistas queriam tomar o poder, faz um golpe de estado e inicia o período do Estado Novo, autoritário, com polícia política e Departamento de Imprensa e Propaganda – DIP, que era responsável pelas propagandas do governo e pela censura que dizimava tudo que não fosse o trabalhismo, queria eliminar os malandros e a vagabundagem, valorizar o trabalho, manter o controle ideológico censurando músicas, jornais, etc. por meio do Ato Institucional Número Cinco, AI-5 em 1968.
A ditadura que se incia em 1964 é um período que tenta barrar a contra cultura dos anos 60, na qual a lógica é não pertencer ao sistema, não querer seguir a vida de nossos pais.
A ditadura investiu em tecnologia, usinas nucleares, ninguém reclamava, e se reclamasse seria preso no Departamento de Ordem Política e Social – DOPS que controlava e reprimia movimentos políticos e sociais contrários ao regime no poder.
Sobre a maneira de lidar com a arte e a cultura, que existem para manter a memória. Em 1922 foi realizada a semana de arte moderna, pregaando que era legal ser mulato, enquanto a eugenia na Alemanha nazista pregava o extermínio dos judeus e raça pura.
Vargas contrata os artistas da semana de arte moderna para reforçar a identidade nacional forte das pessoas trabalhadoras. As leis trabalhistas, Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, surgem para disciplinar a mão de obra trabalhadora e minimizar as lutas de classes, visto que o operário que não cumpre regras pode ser punido pelo patrão. As greves, os operários, os panelaços que ajudarm a derrubar a ditadura, depois a lei da anistia que possibilitou o regresso dos exilados que voltaram ao Brasil e voltaram a se manisfestar, essas greves impulsionaram o movimento das Diretas Já, enquanto a elite tenta nos convencer de que não fazemos nada.
A cultura e a arte eram os meios de expressar a realidade, mesmo que fosse de forma subentendida para driblar a censura da ditadura militar nas músicas de vários cantores e compositores brasileiros, dentre eles, Chico Buarque.

Brasil, mostra a tua cara!

Brasil, mostra atua cara!

O Brasil foi “descoberto” oficialmente por Portugal em 1500, o território era habitado pelos índios, que foram assim denominados pelos portugueses que pensavam ter chegado à Índia e depois perceberam que estavam num território para eles desconhecido, o novo mundo.
Os índios que aqui viviam entendiam da terra e da agricultura, acreditavam “na terra sem mau”, assim como os portugueses que aqui chegaram, essa identificação facilitou a catequização indígena.
Esses portugueses que aqui chegaram já traziam 700 anos de cultura greco – romana, depois da invasão dos celtas e a invasão secular dos árabes, ou seja, já traziam misturas que se fundiram com a cultura dos índios aqui presentes, e dos negros que vieram posteriormente como escravos, que eram responsáveis por todas as tarefas nas casas: cozinhar, limpar, cuidar das crianças, dos doentes, etc., por essa razão a cultura negra permanece mesmo com a dominação portuguesa. Essas influências, sejam elas árabes, portuguesas, indígenas e negras estão presentes em vários aspectos, seja nos costumes, na alimentação, no vestuário, no vocabulário, nas casas, nos hábitos, janelas de treliça, gosto por água, jardins, lembrar que as mulheres usavam panos parecidos com burcas, e que o idioma falado na época era o tupi, o português e até mesmo o espanhol, por conta das capitanias hereditárias.
Os nomes dos bairros em São Paulo que eram aldeamentos indígenas: Sé, pinheiros, Embu, Guararema, Carapicuíba.
O Brasil, que era uma colônia de exploração que se transforma em “empresa colonial”, que envia matéria prima para as indústrias na Inglaterra e o lucro vai todo para Portugal, o Brasil era um apêndice do reino português e chegou a ser sede da corte por 80 anos, quando a corte fugiu de Napoleão Bonaparte que invadiu Portugal. Graças a monarquia que aqui se instalou após a independência que o Brasil manteve a grandiosidade de seu território, ao contrário da América latina que se despedaçou em vários pequenos países.
As características do povo brasileiro resultam de todas as misturas, no aspecto religioso somos um país cristão, racista, autoritário e violento, cujo controle social imposto pelo estado ainda funciona, somos fidalgos (filhos de alguém), assim o questionamento feito por nós é: Você sabe com quem está falando? Ao contrário do povo americano que foi formado por refugiados em busca de um lugar para investir e ficar, onde todos são “iguais” e se alguém foge de cumprir o contrato social é questionado: Quem você pensa que é?
Aqui os políticos ainda se acreditam reis e não sabem separar o dinheiro deles do dinheiro público, onde as relações políticas sofrem influência da religião.
O Brasil em busca de sua identidade passa a contar sua história, se separar e ser diferente de Portugal, desde as piadas que fazemos e contamos mostrando os portugueses como burros.
Grande parte dos brasileiros não tem noção de que seus costumes vieram de outras culturas além da portuguesa, não sabem como os outros países percebem o Brasil, aceitam os clichês e estereótipos criados pela burguesia que se beneficia dessa exploração até hoje. O brasileiro não se identifica com a corte que fez casamentos que provaram a supremacia da família real diante de outros países.

terça-feira, 10 de março de 2009

Onde está a felicidade?

Para o filósofo grego Epicuro (341-270 a.C.), obter a felicidade seria possível ao conquistarmos três coisas: amigos, liberdade e uma vida bem analisada.
O filósofo Diógenes, na Grécia no ano de 120 d.C., ordenou a construção de um paredão, no qual foram feitas inscrições da filosofia de Epicuro sobre a felicidade. Esse paredão estava próximo a um mercado, com letras vermelhas para lembrar as pessoas constantemente as coisas que realmente traziam a felicidade.
Para muitas pessoas na atualidade, a felicidade é poder comprar coisas: casa, carros, jóias, perfumes, etc. A partir daí, como poderíamos explicar a infelicidade de pessoas que podem comprar tudo ou a felicidade das pessoas que não podem comprar tudo?
A resposta está na fórmula de Epicuro, afinal, nenhum dos três ingredientes necessários para a felicidade estão a venda, ou seja, qualquer um pode obtê-los.
Pessoas que possuem o básico para sobreviver podem atingir melhores níveis de felicidade do que as pessoas mais abastadas.
Hoje em dia ao andarmos em um shopping Center, nos deparamos com centenas de mensagens publicitárias vendendo inúmeros produtos para preencherem nosso vazio interior, e que prometem trazer os verdadeiros ingredientes da felicidade: amigos, liberdade e ter uma vida bem analisada.
São poucas as oportunidades que temos para lidar com a filosofia no dia a dia. Que tal lembrarmos do paredão da felicidade antes de nos dirigirmos para o shopping mais próximo?
Que tal analisar sua vida, perceber sua liberdade, seus amigos e descobrir que não precisamos só de poderes aquisitivos para sermos felizes. Descobrir que a felicidade não está na vitrine das lojas, e sim nas pessoas, e dentro de nós mesmos. Usar a filosofia como um escudo contra o consumismo estimulado pelos excessos da publicidade. Resgatar hábitos de Epicuro: escolher companhias para as refeições é mais importante do que escolher o que comer, pois, segundo Epicuro, comer sozinho era hábito para lobos e leões. Outro hábito dele era a simplicidade de suas roupas e refeições, coisas que nos mostram na prática como é possível ser feliz com poucas coisas materiais, desde que tenhamos liberdade, amigos e condições para analisar a vida e assim diminuir a ansiedade diante do futuro.

domingo, 8 de março de 2009

Livro: A arte de fazer um jornal diário - Ricardo Noblat – Ed. Contexto 2008, 174 páginas

O livro é dividido em oito capítulos organizado em subtítulos. Alguns são bem óbvios em relação ao conteúdo, e outros o leitor vai ter que ler inteiro para saber do que se trata, serve como uma estratégia para atrair a leitura que é rápida e agradável pelos textos serem curtos e bem humorados. Nesses textos, o autor conta que entrou numa redação por nepotismo, em outra situação ele ouviu que um local seria tombado ele se confundiu e pensou que o local seria derrubado.
O primeiro capítulo do livro começa com um diálogo entre um cidadão e um jornalista. O cidadão conclui que a idéia dos jornalistas é acabar com os jornais. Em seguida o livro nos dá pesquisas sobre o futuro dos jornais. Ricardo Noblat afirma que eles morrerão, porém não ousou definir uma data.
No decorrer das páginas do segundo capítulo foram contadas histórias com exemplos de assuntos como: utilidade dos jornais, ética, leis, diferença entre televisão e jornal impresso, cita escritores, entre eles Gabriel García Márquez .
O terceiro capítulo que fala da arte de apurar e o que se espera de um jornalista, Noblat narra a primeira vez que ele entrou numa redação, contextualizou a época (final dos anos 60) e a comparou com a atualidade (2002, ano de lançamento do livro).
A partir daí o livro vai ganhando um ritmo diferente, com várias dicas e conselhos, desde uso de palavras, linguagem, uso do dicionário, chavões, que ele vai exemplificando a partir do próprio texto do livro e de suas experiências profissionais ao longo de 35 anos de profissão: não ter pressa, corrigir erros publicamente, quem leva jeito para o ofício sabe separar o que é e o que não é notícia, é melhor ter idéias para jogar fora do que falta de informação, esboce mentalmente o texto antes de escrever, use detalhes, dê vida aos personagens, tenha faro, saiba a hora de parar de investigar e comece a escrever, qual é a diferença entre opiniões e versões, não repasse dúvidas para os leitores, etc.
No quarto capítulo sobre a arte de escrever, ele fala do surgimento do lead mostra exemplos de lead com inversões e outros recursos que os tornaram mais atraentes para os leitores, e que não corresponderam ao lead formal que aprendemos na universidade.
O quinto capítulo sobre tantas outras artes o autor demonstra ser contra o ponto de interrogação e a favor do ponto de exclamação, também fala dos perigos que o jornalista corre como: a questão do poder, aceitar presentes, convites e favores, ter amizade com fontes de informação e achar que já sabe de tudo.
No sexto capítulo sobre os bastidores de uma reportagem, o autor mostra a diferença entre notícia e reportagem, a partir de exemplos de notícia e reportagem que ele próprio fez sobre Frei Damião, a notícia em 1997 e a reportagem em 1974.
O sétimo capítulo Noblat usa para contar a reforma estrutural do jornal Correio Braziliense, mostrando capas de anos diferentes, com dados de 1994 a 2002.
O oitavo capítulo conclui o livro com um pequeno relato de datas que marcaram a vida da imprensa de 59 a. C. até 2002, e a bibliografia consultada.

Show da banda Cidadão Instigado com Rodrigo Amarante e Karine Carvalho no Itaú Cultural


FOTO: Urbanaque

O evento Rumos Música no Itaú Cultural apresentou a banda cearense de indie rock Cidadão Instigado, com as participações especiais da atriz e cantora Karine Carvalho e do integrante da banda Los Hermanos, Rodrigo Amarante em 07 de março de 2009.

O show estava previsto para as 20h, e seriam distribuídos os convites para os 255 lugares meia hora antes do espetáculo, porém duas horas antes do show já haviam mais pessoas do que o limite, funcionários do Itaú Cultural contaram o número de pessoas na fila várias vezes, as pessoas que aguardavam o show sempre deixavam um amigo atrasado cortar a fila que não parava de crescer. Depois de um tempo, os funcionários, sempre muito atenciosos, avisaram as pessoas que devido a grande procura seriam disponibilizados mais convites para um segundo show extra às 21:30 h e, ainda foi aberta uma terceira apresentação as 22:30h. Os convites eram de cores diferentes para diferenciar o horário e a posição dos lugares, dos 255 disponíveis, 45 ficam no mezanino. Para a última apresentação ainda sobraram ingressos, muitas pessoas só não ficaram por causa do horário e a falta de transporte público, já que à meia noite o metrô encerra suas atividades. A banda Cidadão Instigado mistura ritmo e sons, como resultado das influências do rock nacional e da música nordestina, criada por Fernando Catatau (vocalista, guitarrista e tecladista) e composta também por: Regis Damasceno (guitarra, violão e vocal), Rian Batista (baixo e vocal), Clayton Martin (bateria acústica e eletrônica) e Kalil Alaia (técnico de som), já lançaram dois discos: O Ciclo da Decadência em 2002 e Cidadão Instigado e o Método Tufo de Experiências em 2005. Numa entrevista para Silvio Luz, o líder da banda, Fernando Catatau, afirma que desde 1994 compõe letras pessoais, o que surge na cabeça dele, que é da época que as bandas tocavam por tocar, pensando na fama apenas como um sonho, diferente da atualidade, quando a fama é buscada como um objetivo, as bandas já começam pensando em marketing.
Boa parte das pessoas estava lá para ver Rodrigo Amarante, muitos eram fãs da banda Los Hermanos, que se separou em 2007, ano em que cada integrante foi cuidar de seus projetos individuais, atualmente Amarante está tocando na banda Littlle Joy. A banda Cidadão Instigado já tocou outras vezes com as bandas Los Hermanos e Litlle Joy. Nos sessenta minutos de show, o Cidadão Instigado tocou as músicas: "O pobre dos dentes de ouro" e "Os urubus só pensam em te comer", com a participação de Karine Carvalho e Rodrigo Amarante, que incluíram sucessos da banda Los Hermanos: "Do sétimo andar", "O vento" e da banda Litlle Joy: "Evaporar".

segunda-feira, 2 de março de 2009

Apesar das previsões o jornal ainda vive, só não se sabe até quando...

Na foto: Vossa Senhoria de Divinópolis - MG em 200 eleito o menor do mundo no Guiness Book, será que ele e outros jornais sobreviverão?
O que Bill Gates, Dick Brass e Philip Meyer tem em comum? Decretaram datas para a morte dos jornais impressos.Os jornais sobreviveram ao rádio, televisão e internet, mas estão definhando com a revolução digital que oferece tudo junto: escrita, som e imagem.Em seu livro: A arte de fazer um jornal diário, editora contexto, Ricardo Noblat mostra as principais queixas dos leitores: preço, formato, assuntos desinteressantes, excesso de páginas que pode ser comprovado por uma descoberta feita pela direção do The New York Times, que seus leitores mais fiéis só liam 10% do jornal.Noblat comenta que Bill Gates, proprietário da Microsoft, previu em 1998, que em dois anos não haveriam mais jornais e revistas. Em 2002, o executivo Dick Brass, executivo empregado de Bill Gates, previu que a última edição do The New York Times circularia em 2018. Noblat também acredita na morte dos jornais, porém não arrisca definir data.Outro livro da editora contexto que trata desse tema é Os Jornais Podem Desaparecer? O autor, Philip Meyer, anuncia o fim do jornal impresso para o ano de 2043.Em fevereiro de 2007, o editor do The New York Times, Arthur Sulzberger, numa entrevista ao Haaretz, jornal israelense declarou: "Não sei realmente se daqui a cinco anos ainda vamos imprimir o Times e, na verdade, não importa muito". Sobre migração para a internet ele afirmou: "A internet é um lugar maravilhoso e nesse terreno estamos à frente de todos", satisfeito com o aumento de leitores da edição online, que registrou 1,5 milhão de acessos diários, batendo o número de assinantes da edição impressa de 1,1 milhão.Não só os leitores de jornais, mas seus anunciantes migraram para a internet. Várias revistas anunciam a morte dos jornais: em agosto de 2006 na Economist, em março de 2008 na New Yorker, Eric Alterman, escreveu o texto "Out of Print" e em fevereiro de 2009, Walter Isaacson na revista Time, que aponta os micropagamentos na internet como um meio de sobrevivência para os jornais, também defendido por Steve Brill que efetuou cálculos para demonstrar o que com um, dois e três dólares mensais por visitantes, e que 3 dólares mensais de 20 milhões de visitantes únicos poderiam salvar o The New York Times da crise financeira que derrubou o valor de suas ações desde 2004.Torço pela sobrevivência dos jornais, como torceria pela a recuperação de um amigo meu em dificuldades, mas para sobreviverem nas condições atuais, os jornais necessitam de ousadia dos jornalistas para os tornarem mais atrativos aos leitores, mas para isso dependem principalmente da competência de seus gestores que tem deixado as redações cada vez mais enxutas, com profissionais com menos e menores experiências profissionais, que ficam sobrecarregados com muitas tarefas e responsabilidades, de mãos atadas diante do padecimento dos jornais.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Em caso de simulação de incêndio leia esse texto

No último dia útil do mês de fevereiro, por volta das três horas da tarde, num edifício na Alameda Santos houve uma simulação de evacuação do prédio, promovida pela brigada de incêndio, que conta com a participação de membros de todos os 20 andares. O procedimento não foi avisado pessoalmente, mas havia avisos colados perto das escadas de emergência.
Então você já imaginou quantos minutos se leva para esvaziar um prédio de 20 andares? Eu, que trabalho no primeiro, ouvi o alarme e demorei para sair porque estava em atendimento anotei telefone de retorno e informei que estávamos passando por essa simulação e que em retornaria o contato, coisa que não eu teria feito em caso de incêndio, desligaria e sairia o mais rápido possível.
Há um caminhão de bombeiros parado na calçada, pessoas da brigada com capacetes registrando tudo em fotos. Mesmo sendo algo necessário para saber como se portar numa eventualidade dessas, pessoas que se recusaram a sair de seus postos de trabalho, outras que desceram e ficaram paradas em frente ao edifício, o que deveria ser evitado num incêndio real, que faria os vidros caírem quebrados pelo calor das chamas, o cuidado que as pessoas apavoradas devem ter ao atravessar a rua, muitas questões a serem pensadas como: a falta de escadas do lado externo do edifício, evitar o pânico, não utilizar o elevador e organizar a descida pelas escadas em todos os andares...
Sempre tem gente dando risada, brincando, gente que não desceu e ficou pendurando boneco da janela simulando que iria se atirar e gente embaixo gritando: Pula! Pula! Pula!
E eu, mesmo numa simulação me senti ansiosa, imaginando casos reais e torcendo para nunca passar por algo assim na realidade...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Baile dos aposentados e as baladas de hoje em dia




No final de uma tarde de quinta feira, fui para uma tarde dançante em homenagem ao dia do aposentado. Já na entrada ao local, me senti voltando algumas décadas no tempo, banda tocando vestida a carater, pessoas de todas as idades, dançando aos pares, a maioria acima dos sessenta anos, sorrindo, conversando, olhando nos olhos, diversão sem falta de respeito, tudo na maior amizade, nas mesas outras pessoas conversam saboreando salgados e bebidas.
Tudo muito diferentes das nossas baladas atuais, nas quais as pessoas se atracam e se beijam sem saber nem ao menos o nome de quem estão beijando, usando e sendo usadas, essas atitudes se tornaram uma rotina, tudo muito superficial, mentimos nome, telefone, temos medo de nos envolver, expomos nossos corpos e morremos de medo de expor nossos sentimentos, curtimos músicas que depreciam a imagem da mulher, recorremos a drogas para suportar uma madrugada pulando, e muitos apagam de vez, por causa de abusos de substâncias químicas e acidentes de trânsito, muitos destes são fatais.
Hoje nós podemos ir num baile de antigamente e sentir saudade de um tempo que não vivemos, e que parecem mais agradáveis, mas será que no futuro lembraremos com saudade dos tempos atuais? E faremos bailes para relembrar hits como Creu, Eguinha Pocotó e outros de igual teor? E nesses bailes do futuro a gente vai “ficar” sem querer se comprometer?
Não que eu seja contra o “ficar”, até porque cada um faz o que quer da sua vida, eu falo do exagero, ninguém quer passar a vida inteira só “ficando”, às vezes queremos investir num relacionamento, curtir a companhia e companheirismo de uma pessoa não só numa balada, mas para todos os momentos da nossa vida, alguém que saiba nosso nome nosso telefone, nossos gostos e sentimentos...será que é querer demais?

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O machismo no dia a dia nos nossos lares

Maria teve dois filhos Luciana e Lucas, Luciana foi criada ajudando em casa e cuidando do irmão, Lucas foi criado sendo servido pela mãe e pela irmã, Luciana começou a trabalhar cedo e dava todo seu salário para sua mãe, Lucas foi crescendo sem trabalhar, sem fazer nada, nem o próprio prato de comida, que sempre era feito por uma das duas. Recentemente Lucas engravidou a namorada. A mãe e a irmã de Lucas ficaram surpresas com a nóticia, porque para elas, ele é apenas uma criança. A mãe dele pegava tanto no pé da irmã e o deixava pensando que ele sabia se cuidar, ou quem sabe, na cabeça dela tinha aquela sentença:"prendam suas cabritas que meu bode está solto". Afinal se fosse a filha que engravidasse era uma boca a mais dentro de casa, seria um escândalo, mas o filho engravidar alguém não era tão grave assim...
Em outra casa não muito distante Adriana e João são pais de Marta e Pedro, Marta quatro anos mais velha também cuidava do irmão e continuou cuidando mesmo depois dele ter crescido, Pedro sempre podia saber de casa à vontade com seus amigos, enquanto Marta tinha que convencer os pais a deixá-la sair uma semana antes de qualquer festinha...Marta vai casar e está com pena da mãe dela que vai ter que cuidar da casa sozinha já que Pedro nunca fez nada e não seria agora que começaria a fazer... Pedro tem tudo na mão e ainda reclama da vida, não trabalha, largou a escola e fica na rua o dia todo.Marta disse que ao se tornar mãe não criaria seus filhos de um modo diferente por causa do sexo, independentemente de ser homem ou mulher, é um ser humano e deve aprender a se cuidar sozinho, pode ser que um dia ele queria morar sozinho ou viajar pelo mundo, então seria útil que ele soubesse se cuidar e seria útil para ela que o filho pudesse ajudá-la com as tarefas, se tiver mais de um filho dividiria as tarefas por igual e conversaria de sexo , gravidez, prevenção de doenças, escola, trabalho, tudo com os dois.Hoje ela e sua mãe se sentem culpadas em terem protegido tanto o Pedro...
Essas historinhas podem estar acontecendo nesse exato momento com algum conhecido seu... as pessoas reclamam do machismo e o alimentam diariamente na educação dentro de seus lares...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Memórias do desemprego...

Em 2008 estive desempregada por dois meses e meio, mas para mim pareceu uma eternidade, na qual me deparei com todo tipo de sentimento e percepções sobre o mundo e as pessoas.
No começo eu estava alegre de ter saído de um lugar que eu não estava me sentindo bem para buscar uma oportunidade de atuar na área da minha faculdade de secretariado, que cursei em três anos suados com bolsa, estágio e trabalho aos finais de semana.
Entretanto, o tempo foi passando, e me mostrou que entrar na área seria mais difícil do que eu imaginava, eu só tinha experiência como estagiária.
Além de procurar vagas na minha última colocação como auxiliar administrativo, buscava vagas de secretária e passei a buscar também estágio no curso de jornalismo, algo que não é fácil de se conseguir no segundo semestre de curso...
Independente da vaga, a busca e as entrevistas eram quase todas iguais, passei por mais de 26, sem contar as que deram em duas ou mais fases...
Já tinha uma redação pronta sobre minhas experiências profissionais, já estava íntima dos testes de personalidade como o Quati, dinâmicas de grupo, preenchimento de enormes fichas, acordar cedo, andar pelas ruas do centro de São Paulo distribuindo currículos em várias agências, em vários andares, em vários prédios, almoçando algum salgado da rua, contando trocados para as conduções e tempo nas lans houses enviando currículos...
Paguei um site conhecido no qual me candidatei para vagas furadas: uma delas era uma empresa de fundo de quintal, cujo chefe não era brasileiro, e me atendeu de chinelo e meia...
Outro dia estava aguardando a seleção para uma vaga que era não era muito boa, comecei a conversar com uma menina simples, ela tinha acabado de sair de uma metalúrgica, ao sermos questionados se queríamos desistir da seleção, ao ver essa moça desistir eu também desisti, pois se ela se achava capaz para algo melhor eu poderia pensar assim também! Esse monte de testes tinha levado minha auto estima ao chão!
Outra roubada foi uma "entrevista" longe de casa, fui para o local para saber sobre as atribuições da vaga e a remuneração, porém fui colocada numa sala com duas candidatas mais jovens e simples, eu que era formada, nos pediram para ler e falar destrava línguas, aquilo foi a gota de água para mim, com um diploma de curso superior mafagafar mafagafos em busca de uma vaga, que nem era para uma pessoa formada!
Saí de lá sem saber nada sobre a vaga, pensando na desconsideração que existe pelos desempregados, que gastam conduções para procurar uma vaga, e não para serem tratados como idiotas.
Outra situação constrangedora é aguardar as prometidas ligações de retorno após uma entrevista, a maioria mentiu dizendo que ligaria, foram poucas verdadeiras que abriram o jogo dizendo que só entrariam em contato com os aprovados.
Essa dificuldade toda foi antes de explodir essa crise mundial, imagine só procurar emprego agora...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Documentário Titãs – A vida até parece uma festa filme de Branco Mello e Oscar Rodrigues Alves

Esse documentário mostra a trajetória da banda nacional Titãs mais de 26 anos de carreira mostrada com imagens gravadas desde os anos 80 por um dos integrantes da banda Branco Mello e imagens de videoclipes, shows, programas de televisão, esse material ao todo teria mais de 300 horas e foi organizado com o auxílio de Oscar Rodrigues Alves, que dirigiu o clipe da música Epitáfio.
Com entrevistas, músicas, momentos de lazer a banda aparece desde a formação inicial até as saídas de Arnaldo Antunes e Nando Reis e a morte de Marcelo Fromer.
A presença da banda nos programas de auditório que não existem mais: Barros de Alencar, Bolinha, Chacrinha. E com os apresentadores que continuam na televisão até hoje: Faustão, Sílvio Santos, Gugu Liberato, Hebe Camargo, nos mostram que a televisão por mais de duas décadas continua sendo apresentada praticamente pelas mesmas pessoas...
Se pensarmos nas letras dos Titãs, a letra Televisão diz: “...A Televisão me deixou burro muito burro demais...”. Outra letra que retrata o cotidiano e mostra um desses personagens é Domingo: “...É dia de descanso programa Sílvio Santos...”
Mas para os nascidos nos anos 80 que curtem um rock nacional, o documentário é uma boa oportunidade de relembrar as músicas de várias épocas: Sonífera Ilha, Bichos escrotos, Comida, AA UU, Polícia, Epitáfio, até mesmo Pipi popô entre outras.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

“Vicky Cristina Barcelona” filme de Woody Allen


O filme mostra as amigas Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) passando férias em Barcelona – Espanha, onde conhecem o charmoso pintor Juan Antonio (Javier Bardem) que foi casado com a pintora Maria Elena (Penélope Cruz).
Além das belíssimas paisagens da Espanha, podemos analisar as personalidades dos personagens a partir dos conflitos, oposições entre maneiras de ver e viver a vida, sem defender nenhuma delas e deixando claro o preço que cada um pagará por sua escolha.
Vicky é prática e está noiva de Doug (Chris Messina), não simpatiza de cara com Juan Antonio, depois o conhece melhor e passa uma noite com ele. Doug aparece e ela se casa com ele na Espanha, com o tempo descobre que não tem mais tanta certeza sobre seu futuro, porém prefere a segurança de um casamento sem amor com Doug do que o risco de viver uma paixão com Juan Antonio, que sempre está envolvido com os problemas de Maria Elena.
Cristina não sabe bem o que quer, mas sabe o que não quer, quando ela conhece Juan Antonio diz que ele não parece um homem feito em série, com o tempo Cristina se envolve com Juan e Maria Elena, e fica como uma ponte de harmonia entre os dois, que a estimulam para o talento com fotografia, depois ela descobre que não quer mais continuar entre eles, sem ela, Juan Antonio e Maria Elena voltam a brigar.
Cristina conta para Vicky e Doug que teve um momento com Maria Elena, quando Doug pergunta se ela é bissexual, ela responde que não, que é apenas ela mesma e que não tem necessidade de rotular tudo.
O filme termina com Cristina, Vicky e Doug saindo das férias em Barcelona e voltando para casa.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Jornal Garagem Cultural alunos da Uni Sant' Anna

A edição do Jornal garagem Cultural setembro/ outubro de 2008 publicou meu texto: “A dor como processo de fabricar beleza e arte”.
Esse jornal é elaborado por alunos do curso de Comunicação Social da Uni Sant’ Anna.
Tem espaço com anunciantes próximos da universidade.
Quem quiser entrar em contato garagemcultural@bol.com.br

domingo, 18 de janeiro de 2009

Anormal X A normal

Será que eu sou anormal porque eu não fico endividada para andar na moda gastando mais do que eu ganho?
Sou anormal porque pago faculdade ao invés de pagar academia.
Sou anormal porque sou eu mesma, e não o que os outros queriam que eu fosse.
Sou anormal porque estou mais preocupada com o meu interior do que com minha aparência externa.
Sou anormal porque prefiro discutir sobre livros e filmes do que a novela das oito ou a vida da vizinha.
Sou anormal porque aceito meus cachos e não me rendi ao trio: secador, escova progresiva e chapinha.
Sou anormal porque prefiro estar só do que ter alguém por ter, mesmo que esse alguém faça mais mal do que bem, para alguns ter uma pessoa inadequada é melhor do que não ter nenhuma.
Sou anormal porque prefiro expor minhas opiniões do que partes do meu corpo.
Sou anormal porque prefiro pensar do que fazer o que todo mundo faz, sem refletirem se é isso mesmo que querem para suas vidas.

Como escolhi o jornalismo ou como ele me escolheu

Como escolhi o jornalismo ou como ele me escolheu? Não sei, talvez tenha sido quando eu era pequena meu pai trabalhava e eu ficava o dia com a minha mãe e quando ela fazia algo que eu não gostasse eu prontamente dizia:
- Você vai ver eu vou contar tudo para o meu pai quando ele chegar...
Um dos indícios poderia ser o fato de que sou geminiana, signo da comunicação. Mas para as pessoas que lerem minha história e que não acreditam em horóscopo abaixo seguirão outras justificativas...
Vou falar um pouco de minha família, meu pai é uma pessoa que cresceu na agricultura e estudou até a quarta série, e mesmo assim é o maior responsável pelo nosso pão de cada dia, ele é um homem de atitude, minha mãe é muito inteligente trabalhou no INSS após passar num concurso público, chegou a iniciar o curso de psicologia antes de casar com meu pai e faz vinte e seis anos que ela é apenas dona de casa, mas que dá toda a estrutura para que eu e minha irmã possamos estudar. Hoje eu quero ter a atitude do meu pai aliada à inteligência e gosto pela leitura de minha mãe.
Sempre gostei muito de ler, eu voltava a pé da escola para comprar revistas, não conversava com meus pais sobre sexo e outros assuntos da adolescência e as revistas faziam isso por mim. Com meus catorze anos escrevi uma carta e enviei para a revista Carícia para a seção Ponto de Vista. Dias depois meu texto foi publicado e eu ganhei uma camiseta, não era um texto qualquer era um desabafo sobre a minha relação com meus pais que eram um pouco repressores.
Gosto muito de falar, escrever, ler, gosto de mostrar minhas opiniões, de explicar e ajudar as pessoas a compreenderem, gosto de divulgar informações que eu julgue serem úteis para as pessoas.
A minha arma é a palavra, se estou triste ou feliz gosto de escrever, de refletir sobre vários assuntos e compartilhar meus sentimentos e opiniões desde a violência de torcedores ao exibicionismo dos jovens nas baladas que colocam a integridade física das outras pessoas em risco.
Em 2002, um amigo meu de grupo de jovens da igreja católica criou um jornal chamado Pejotário, (por tratar de assuntos da PJ - Pastoral da Juventude) cheguei a auxíliá-lo, porém o jornal não durou muito porque o padre não gostou do "formato".
Me formei em Secretariado Executivo em 2006 na Faculdade Sumaré, essa primeira faculdade foi muito importante, pois ela me fez crescer como ser humano e como profissional, quando entrei trabalhava como operadora de caixa, tive oportunidade de estagiar em empresas públicas, trabalhei como auxiliar administrativo numa ONG, mas sempre quis viver o que estou vivendo agora, que é freqüentar o curso de jornalismo. Já fiz um teste vocacional e a maioria dos pontos apontou para essa área.
Durante a faculdade, participei de uma palestra com o jornalista, escritor e professor Paulo Nassar, autor do livro: Tudo é Comunicação. O tempo todo o jornalismo me rondava, jamais esquecerei de uma aula de língua portuguesa sobre notícia, dada pela professora Maria José Machado falecida em dezembro, como eu queira acabar logo o secretariado e entrar para o curso de jornalismo.
Também participei de uma palestra com o jornalista membro da Academia Brasileira de Letras Murilo Melo Filho no CIEE, onde foi distribuído e autografado o livro dele chamado Tempo Diferente que é uma biografia de vinte brasileiros já falecidos, porém influentes para o nosso país em várias áreas dentre eles: Rachel de Queiroz, Jânio Quadros, Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas, Jorge Amado, José Lins do Rego e outros. Comentei com ele o meu desejo de ser jornalista e ele me fez uma dedicatória especial que guardo com muito carinho junto com o menor jornal do mundo, Vossa Senhoria tem 3,5 cm de altura por 2,5 cm de largura que comprei na bienal do livro.
Nas primeiras aulas da Ana Vasconcelos descobri que o surgimento da imprensa (jornalismo) desagradou os escribas (que foram os primeiros secretários, o surgimento da profissão), as únicas pessoas letradas da época que viram seu cargo ameaçado... pensei em quantas reviravoltas passaram por essas profissões atualmente e uma não ameaça mais substituir a outra.
Hoje estou levando meu corpo para o lugar onde já vive o meu pensamento.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Mion, Miona e Shari


Na primeira foto Mion, Miona e Shari, na segunda foto Miona
Um dia minha mãe viu uma vizinha expulsando um gatinho filhote com pedradas, e depois ela quase foi atropelada e quando veio para a calçada, minha mãe a trouxe para casa. Nós já tínhamos um gato chamado Shari, que inicialmente ficou com ciúmes, mas com o passar dos dias ficou feliz com a companhia de outro felino, descobrimos que o filhote era fêmea e passamos a chamá-la de Miona, era início do mês de novembro de 2007.
Miona, siamesa de olhos azuis cresceu, foi castrada, ficou comprida e magrinha, pêlos longos, medrosa, porém dócil.
Alguns meses depois, um dia eu estava na janela e pensei ter visto a Miona no meio da rua e chamei, o gato que estava no meio da rua veio para o meu portão, foi assim que descobri o equívoco: o gato que atravessou a rua não era a Miona porque ela estava do lado de dentro do portão, então vi os dois gatos juntos e notei que eram muito parecidos, os dois siameses de olhos azuis, exceto por esse gato ser macho e ter o rabo mais curto, pêlo mais curto e crespo e a Miona ser fêmea e ter o pêlo mais macio e longo.
Avisei meus pais que eu me enganei. Só que esse gato pulou o portão e veio para o quintal e não queria mais sair, e foi por sua insistência que ele ficou e passamos a chamá-lo de Mion, seu ato maior de insistência foi se pendurar numa roupa no varal para alcançar a janela do banheiro onde ficou miando.
O Mion sempre foi muito carinhoso, gosta de ficar perto da gente em casa, mexer no nosso cabelo. Ele cresceu, também foi castrado e engordou, enquanto a Miona permaneceu pequena e magrinha. Shari, o gato mais velho é preto e branco, grande e gordo. No início, Mion e Miona brigavam muito, mas depois os três gatos se uniram, dormiam e comiam juntos. Cada um com sua personalidade.
Desde o dia 05/01/2009, a Miona sumiu de casa, dói não saber o que aconteceu e imaginar o que pode ter acontecido com ela, se ela está viva ou morta, se foi levada, se comeu algo envenenado...pensar em qualquer uma dessas alternativas me deixa muito triste!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Club Ice a balada que é uma fria

Numa noite de sábado decidi ir para a balada com duas amigas, tinha recebido na porta da faculdade durante a semana o folder de um local chamado Club Ice, uma balada nova na Av. Luiz Dumont Villares, nós decidimos ir para lá, ao chegar à porta do local, os seguranças olharam para nós e disseram que eu não poderia entrar de tênis (eu estava de tênis e as meninas estavam usando botas), eu respondi que eles deveriam alterar o folder e incluir essa informação, as meninas ainda tentaram conversar, e eu disse que faria alguma coisa, um dos seguranças parecia irônico quando disse: “ah então você vai processar a casa?” Eu falei para as meninas que se elas quisessem ficar por mim tudo bem, eu iria para casa, elas não quiseram ficar, sai de lá muito chateada quase chorando porque o meu tênis de uma marca conhecida mundialmente, que pode ter sido feito por escravos na China, uma marca símbolo da globalização e tantas outras coisas não poderia entrar naquele local. Fiquei chateada achei uma sacanagem você vai para um lugar paga estacionamento e quando chega até a portaria é vítima de uma restrição tão idiota, eu sei que em alguns lugares não pode entrar de boné, de bermuda, de camisa de time, que poderia ocasionar alguma discussão, mas nunca ouvi falar em restrição de tênis! Eu acho até bem mais seguro estar de tênis do que com um salto agulha, a diferença é gritante quando a gente leva uma pisada de tênis e uma pisada de salto agulha...
Saímos de lá, atravessamos a rua, e fomos na Taberna de Sherwood, que nos proporcionou um ótimo atendimento, ao contrário do Club Ice, no site eles colocaram essas restrições, mas no folder não havia nada escrito.Sei que como cidadã, eu tenho direitos, por mais que não os conheça, e na hora que isso aconteceu eu não tomei nenhuma atitude por falta de conhecimento, quis fazer alguma coisa para que eles colocassem essa informação no folder para que outras pessoas não percam a viagem indo até lá, cheguei a mandar um e-mail no site da casa e nunca obtive resposta.
Depois perguntei ao meu professor de ética, o que eu poderia ter feito, ele disse que se eu chamasse a polícia eu teria entrado.
Bom, agora eu já sei e divido com vocês o que fazer numa situação dessas
Tem uma frase usada em estabelecimentos que diz o seguinte: “Se você foi bem atendido fale para os amigos, se foi mal atendido fale com a gerência”.
Eu falo para todos que não gostei do atendimento e que nunca obtive nenhuma resposta da gerência do Club Ice, a balada que para mim foi uma fria.

Como os nossos pais

Um domingo em família, visita da minha avó de 88 anos de idade, mãe do meu pai, ela teve ao todo 12 filhos, vale lembrar que naquela época não havia pílula contraceptiva, nem televisão, que chegou ao Brasil em 1950, ano que meu pai nasceu.
Vejo minha avó caminhando devagar, sempre com alguém com perto, demora um pouco para subir as escadas, coisa que eu faço o dia inteiro normalmente, vejo que ela diminuiu alguns centímetros de altura, usa óculos para auxiliar a visão, remédios para controlar a pressão.
Eu me sinto tão frágil e medrosa, mesmo que eu ainda esteja longe das condições de saúde dela, fico imaginando se conseguirei ter um filho um dia, ainda não me sinto preparada de nenhuma forma: física, psicológica e financeira.
Olho para ela como uma árvore que deu sementes, cada semente continuou o processo de se transformar em árvore e lançar suas sementes e assim por diante...
Dessas sementes, os filhos dela, dois morreram e os outros tiveram um número menor de filhos, reflexo da melhora ao acesso de métodos contraceptivos, meu pai, por exemplo, teve duas filhas.
Quando nós somos crianças, geralmente não pensamos em futuro distante, se ficaremos como nossos pais e avós, a gente só quer saber o que vai ganhar de aniversário e no natal. Conforme vamos crescendo, outras preocupações e pensamentos passam a nos visitar e percebemos que já fomos carecas, sem dentes, bebês, crianças e que tudo isso ainda vive dentro de nós. Um dia você que era filho passa também a ser pai, um tempo depois pode ser avô... eis o ciclo da vida!
Penso na vida da minha avó, que não teve possibilidade de controlar o número de filhos, entre outras coisas que ela não pode escolher, ou, simplesmente não teve acesso, penso na minha vida tão cheia de escolhas... E, que apesar das mudanças, muitas coisas permanecem iguais na essência, os filhos, por exemplo, podem ser muitos ou poucos, hoje podem ser feitos em laboratório, mas ainda precisam de um útero para crescerem, assim como foi com nossos antepassados.
E mesmo que muitas coisas tenham surgido da época dela até hoje, muitas coisas continuarão a surgir, então penso numa frase de uma música da Elis Regina: ...ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais...

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