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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Desabafo de um dia de trabalho

Todo dia luto contra o cansaço para levantar e enfrentar os meios de transporte lotados, o trânsito parado. Eu chego no trabalho cansada, o dia mal começou e inicio mais lutas contra a má educação e grosseria das pessoas.
O dia inteiro é uma batalha contra o relógio. Tudo é cronometrado: tempo de café, tempo de almoço, banheiro, elevador...
Ao meu redor as pessoas não dividem informação. Só dividem as tarefas mais simples. Elas têm medo que você aprenda as coisas e possa ocupar o lugar delas. No mundo delas não há espaço para todo mundo.
A pessoa sai da mesa dela e vem até a minha mesa dizer onde devo guardar cada coisa. Ela grita dizendo que tudo está errado. A vontade dela era fazer isso com todos os outros funcionários da empresa, porque tudo sempre deve ser do jeito que ela quer o tempo todo.
Não posso interromper a pessoa que fala, mas também não posso demorar mais que três segundos para respondê-la, sem que ela me chame de desligada e distraída.
Por alguns segundos eu perco o medo que me cala, e digo a ela que não respondo nada sem pensar.
Se você passa mal, ela levanta e antes de perguntar se você está bem, ela pergunta se você não vomitou em nenhum documento. Aí ela te leva ao banheiro. Você vai em direção à pia querendo molhar o rosto e ela te empurra na direção da privada. Ela escolhe o hospital que você deve ir. Mesmo quando te ajuda tem que te manipular, tem que ser do jeito dela.
Outra pessoa segue os passos dela. Já começa a dar sermão se for interrompida ao falar. Se você chega perto da mesa dela, por uma necessidade do trabalho, ela diz para não encostar em nada, e ficar perto de outra mesa.
O dia a dia no trabalho deveria ser simples. As pessoas deveriam ser simples. Mas não são. Você precisa trabalhar para sobreviver. Você precisa se calar quando tem vontade de mandar todo mundo para o inferno. Você escreve para desabafar, antes que toda essa pressão exploda dentro da sua cabeça.

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