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sábado, 1 de janeiro de 2011

Resenha filme: "O informante"

O filme mostra a delicada relação entre o jornalista Lowell Bergman, produtor do programa 60 Minutos da rede norte-americana CBS, com o informante, Jeffrey Wigand, ex funcionário da empresa de tabaco Brown & Williamson.
Lowell Bergman recebe um documento da Philip Morris sobre propensão à combustão e decide buscar Jeffrey Wigand por ser um especialista no assunto.
Wigand, cientista despedido da empresa, havia assinado um termo de confidencialidade de informações, em troca de manutenção de benefícios trabalhistas, como seguro-saúde, algo que ele considera importante, por ter esposa e duas filhas, uma delas asmática. Ele é procurado insistentemente pelo jornalista Bergman, que sente que ele deseja falar, e o pressiona a revelar informações. O cientista, dividido entre o interesse público das informações que detém e o bem-estar de sua família, passa a se sentir pressionado pelo poderes da mídia, da indústria tabagista, mas principalmente por sua própria consciência. Por ter trabalhado anteriormente no ramo de saúde, e ter entrado na indústria tabagista para ter um salário melhor, Wigand trocou empresas que valorizavam a pesquisa e o pensamento criativo como valores essenciais, pela cultura de comercialização e vendas da indústria de cigarros.
A informação em questão é a manipulação feita pelas empresas tabagistas para aumentar rapidamente a dependência da nicotina nos fumantes, usando componentes químicos como a amônia, num processo chamado reforço de impacto.
Em julgamento, os sete representantes das empresas de cigarro alegaram desconhecer que a nicotina causasse vício. Essas empresas bancam a impunidade, contratando os maiores e melhores advogados, que sempre vencem.
Ao se colocar como fonte, o cientista, com medo de ser usado e abandonado falido com o problema, questiona se ele é apenas mercadoria para o jornalista, que usa apenas palavras. Este responde que ele é importante e que para as emissoras todos são mercadoria, e que sustenta as palavras com ações.
Mesmo sendo ameaçado de várias formas, Wigand decide falar. Após gravação da entrevista, a CBS, seguindo o princípio de quanto maior a verdade, maior o dano, passa a temer prejuízos financeiros como processos judiciais e corte de publicidade, e decide não exibir a entrevista. Lowell fica dividido entre o desejo de divulgar informações de interesse público, e os interesses comerciais da rede CBS, para a qual trabalha.
A Brown & Williamson percebe que Wigand não cede e passa a atacá-lo. Seus erros como homem, passam a ter um peso muito maior quando ele é detentor de uma informação importante. A veracidade de seu depoimento fica comprometida pelos ataques à sua personalidade, por ele ter uma multa de trânsito, ser acusado de agressão à ex mulher, e até o cancelamento do pagamento de um abridor de latas, que ele dizia ser uma porcaria, foram interpretados como roubo. Todas essas acusações formaram um documento de 500 páginas. Essa ação demonstra claramente como a grande indústria pode influenciar a mídia, que tem o poder tanto de construir quanto o de arruinar e desacreditar. E a imparcialidade jornalística, que deveria ser uma regra, vai para segundo plano, diante de interesses comerciais.
Ao ouvir sobre liberdade de imprensa, Lowell diz que a imprensa é livre para quem é dono dela. Ele se demite logo após a exibição da entrevista de Wigand, por sentir que não poderá assegurar proteção aos próximos informantes.
A indústria tabagista age de forma antiética pensando apenas em lucros, deixando de lado as vidas que se perdem, responsabilizando os usuários, que sofrem por suas manipulações químicas.
Lowell e Wigand demonstram que a ética é uma só, seja na vida pessoal ou no trabalho. E sofrem para conciliá-la entre os ambientes.

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