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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ônibus queimados em protestos prejudicam a própria população

No dia 26 de agosto no bairro do Jaçanã, na zona norte de São Paulo, foram queimados três ônibus, como manifestação da comunidade local pela morte de um jovem de 20 anos. A Polícia Militar diz que ele era traficante, e que houve troca de tiros. A mãe do rapaz diz que ele não estava armado, e estava fugindo quando foi alvejado pelos disparos.
Menos de uma semana depois, no dia 31 de agosto na favela de Heliópolis, na zona sul de São Paulo, pessoas incendiaram sete veículos, entre eles três ônibus, dois micro-ônibus e dois carros, como protesto pela morte de uma adolescente de 17 anos. A garota foi atingida com uma bala perdida durante a perseguição de guardas-civis de São Caetano a suspeitos em um carro roubado.
Não sou contra a população manifestar seu descontentamento diante das atitudes, muitas vezes despreparadas e precipitadas da polícia. Entretanto, desaprovo a forma como são feitos esses protestos. Incendiar ônibus é um ato que prejudica a própria comunidade, que vai utilizar o transporte cada vez mais lotado, diminui o número de lugares para sentar. Carros a menos nas linhas atrasam as viagens. Motoristas e cobradores perdem seus empregos. Bombeiros se deslocam de outras ocorrências para apagar o fogo. Esses incêndios fecham ruas, fazem com que os trabalhadores se atrasem para o trabalho, estudantes se atrasem para as escolas. Pessoas demoram mais tempo para chegar em suas casas. Aumenta o cansaço das pessoas com a viagem, cresce o medo de serem feridas durante a confusão. Outros preferem dormir na casa de amigos e voltar depois que tudo se acalmar. Enfim, altera a rotina de todos.
As pessoas devem encontrar formas mais assertivas de expor suas revoltas e necessidades para as autoridades. Devem se reunir, elaborar abaixo-assinados. Colocar no papel as ações que desejam e não aprovam em suas comunidades. Levar tudo documentado para a Câmara e Prefeitura Municipais. Devem tentar chamar a atenção de forma organizada, participativa, sem ameaçar o bem estar e a segurança de todos, sem responder a violência recebida da polícia com mais violência que só prejudica os moradores dessas regiões.

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