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domingo, 1 de dezembro de 2013

Sobre os meus sorrisos e minhas lágrimas



Eu como qualquer outra pessoa do mundo posso listar o que gosto e o que não gosto em mim. Posso começar pelo que não gosto, a fim de obter empatia dos leitores que também já passaram alguns minutos, horas, dias, meses, ou até anos de suas vidas fazendo isso...
Eu nunca toquei nesse assunto, ainda mais assim para tanta gente. Mas no ano que a Mônica,  uma personagem gorducha, baixinha e dentuça completa cinqüenta anos, me deu vontade de tocar em um desses três aspectos que posso escrever com muitos anos de propriedade... Um destes aspectos: ser baixinha, eu não posso falar porque tenho 1,77. Sobre ser gorducha também não, pois a altura distribuiu bem o peso, exceto na barriga... Mas posso falar sobre o aspecto dentário.
Os meus dentes superiores cobrem os inferiores. Já usei aparelho ortodôntico, ainda assim sobraram alguns milímetros, e assim a gente se sente mal pela vida afora pelos milímetros, quilos, centímetros que faltam ou que sobram em diversos lugares dos nossos corpos... Você sobrevive ao que chamam hoje de “bullying”, por fora você aprende a se manter indiferente, enquanto esperneia por dentro. Aprende o jogo sujo de usar a mesma arma com os outros para se defender. Pode ser uma etapa natural sem seqüelas, da mesma forma que tem pessoas que se matam pelos seus efeitos internos, que nem todos conseguem enxergar.  
Um dia você cresce e passa a enxergar as pessoas, sua essência, acima dos quilos, milímetros e centímetros você enxerga as imagens das almas. Existe a sua imagem, e as imagens que as pessoas criam ao seu respeito, nem sempre elas correspondem, mas ambas sempre podem mudar... E eu me aceito e me amo com tudo que sobra, tudo que falta, o que mudou e o que há de ser mudado...
Se um dia você olhasse para o seu “defeito” e o transformasse em “vantagem” o que você obteria? Eu posso dizer que movimento menos músculos para sorrir, porque tenho um sorriso adiantado, pronto para ser usado não como uma arma letal, mas como uma ferramenta a meu favor. Eu gosto de rir, de fazer rir, também aprendi a rir do que doi.  Porque fazer os outros sorrirem me deixa igual aos meus interlocutores,  faço eles mostrarem seus dentes, nos tornamos iguais.
Eu gosto do meu olhar, tenho facilidade para rir, e também para chorar. Como não seria influenciada pela água sendo filha e neta de alagoanos, da terra das águas, Alagoas. As águas que transbordam, alagam, se tornam lagoas, estão no meu DNA, elas fazem parte de quem eu sou.  Não vejo minhas lágrimas como fraqueza, mas como virtude, meus olhos expressaram muitas vezes as palavras que não atravessaram minha garganta e que hoje conseguem ser ditas pelos meus dedos nesse teclado... Já tive vergonha de ser essa pessoa que gosta de falar sobre sentimentos, mas agora eu posso falar e escrever sobre eles. Essa é mais uma parte de mim encontrando tempo para ser expressada.
E tem tanta coisa sobre mim que eu ainda não sei. O pouco que sei é como um relógio parado que acerta as horas duas vezes por dia. Eu quero me movimentar e acertar todas as horas, descobrir meus ponteiros, meu tempo, minhas engrenagens para equilibrar meus sorrisos e minhas lágrimas nos pratos de balança do meu coração...

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