Hoje meu pai completaria 66 anos, mas dia 13 agora completou quatro meses de sua morte.
Faz parte de quem eu sou "contar" o tempo que passou, contar numericamente, contar a jornada que passei no correr dos dias. (Jornal vem do latim 'diurnalis' - diário. Jornada vem de dia, o que acontece em um dia)
Hoje é seu primeiro aniversário sem você por aqui. Estou pensando se esse feriado vai ser como o Natal. Um aniversário sem aniversariante, no qual a parcela da humanidade criada na cultura cristã pensa no que a vida do aniversariante fez pela vida delas. No meu caso seria um feriado restrito a quem viveu e conheceu meu pai terreno rs, pensar o que a vida dele influenciou a vida de quem o conheceu. Para mim o 15/11 junto com o 04/04 de minha mãe resultaram no meu 23/05. É mais um dia para lembrar do barulho da chave dele pendurada no passante das calças de alfaiataria, que chamamos de calças "sociais", como se outras calças fossem "anti-sociais" rs. É dia de lembrar de quando eu estava com a chave na mão saindo de casa e ele dizia "olha, escuta" e dizia ou pedia algo antes que eu saísse. E eu me irritava por estar atrasada, hoje não tem mais você aqui, descobri que o verdadeiro incômodo é o silêncio da ausência. Engraçado que sua profissão fosse porteiro e tantas lembranças suas envolvam portas e chaves rs. Mas para mudar um pouco o assunto, lembro também que ele já me chamou de "rainha da teimosia" e querer hoje ter essa teimosia, não mais de um modo infantil, mas uma persistência de recomeçar e continuar batendo em portas, procurando chaves, janelas e novas portas na minha vida. Obrigada pai por todas as portas que abriu para mim!
Há 12 anos
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