Eu estava saindo de um vagão na linha azul do metrô com aquela confiança
natural, um quase tédio, de saber para onde exatamente estava indo, quando fui
abordada por um jovem com dúvidas nos olhos e nos lábios. Ela me perguntou como
fazia para ir para a estação República. Respondi que estava indo para o mesmo
caminho e caminhamos juntas. Ela confessou que mora em Guarulhos e não costuma
andar de metrô. Era por volta de 14:00 e ela disse: Nossa! É sempre cheio
assim? Respondo que ainda não está cheio. Ela disse: Como vou lembrar desse
caminho todo? Eu respondi: Se você vier todos os dias, logo estará andando de
olhos fechados. Informei a jovem a chegada da sua estação de destino. Ela
agradeceu e seguiu seu caminho. E eu fui a Hostess do Metrô para ela. Todos os
dias o transporte ganha novos usuários que nós usuários rotineiros mal
percebemos, a menos que sejamos solicitados para ajudá-los a achar seu lugar na
dança.
Há 13 anos