Há 12 anos
terça-feira, 7 de abril de 2009
A jornalista Roseli Loturco mostra o trabalho da ONG Papel Jornal
Desabafo, algo que precisa ser superado para ser dito, foi o nome escolhido pelos jovens estudantes do ensino médio das escolas públicas do Jardim Ãngela que participam da oficina da ONG (Organização Não Governamental) Papel Jornal. Essas e outras informações foram ditas pela jornalista Roseli Loturco, uma das educadoras, em entrevista coletiva em 31 de março de 2009 no Centro Universitário Sant' Anna.
A oficina funciona com aulas de escrita, diagramação e fotografia. Roseli comentou que desde o primeiro exercício, os alunos demonstraram dificuldade de organizar no papel as idéias que eram claras nos pensamentos deles. Ela dá textos como base para reflexão e interpretação para que eles consigam passar para o papel toda a criatividade que surge nas conversas, sem podá-los, procura fazer discussões democráticas, intervir sem invadir, dar oportunidade de escolha, de formação, dar vazão para processo criativo e ver até onde eles podem chegar, deixar que eles tenham um estilo próprio. Os próprios alunos escolheram temas bem amplos como aquecimento global, cultura, educação e crise econômica procurando mostrar esses temas partir da visão micro da periferia.
Com uma equipe formada por quinze pessoas, dentre eles educadores e coordenadores, a ONG surgiu em 1999, depois que Marlene Bergamo fez a cobertura de uma enchente no Jardim Angela para o jornal Folha de São Paulo, e foi abordada por um jovem que questionou por que a imprensa só mostrava as tragédias da periferia. Marlene perguntou ao jovem o que ela poderia fazer para melhorar essa situação. Ele pediu que ela lhe ensinasse a tirar fotografias. A fotógrafa compartilhou essa experiência com colegas do jornal que começaram o projeto de forma desorganizada, pagando com os próprios recursos.
Depois do primeiro ano de funcionamento, eles passaram a buscar patrocínios e definir a organização atual, salas, equipamentos, ajuda de custo de locomoção para os voluntários que é mantida por patrocínios da Lei Rouanet e um projeto financiado pela Bolsa de Valores Sociais da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). O projeto anterior teve patrocínio da Petrobrás.
Roseli leciona para os veteranos e Karina para a turma nova. Os veteranos tem duas horas de aula por dia, três vezes por semana e a turma nova também têm duas horas de aulas diárias, porém com um dia a mais de aula por semana. O pré requisito é que os alunos tenham no mínimo 15 anos de idade. Alguns alunos começaram a trabalhar e não puderam mais frequentar a ofcina. Por essa razão Roseli deseja que no futuro a ONG possa funcionar aos finais de semana provovendo filmes e palestras para que esses alunos possam voltar para a oficina.
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